quinta-feira, 7 de julho de 2011

Schopenhauer

Arthur Schopenhauer nasceu em Dantzig, na Prússia, (atualmente, uma cidade polonesa, da província de Pomerânia, e denominada Gdańsk), em 22 de Fevereiro 1788 e faleceu em 21 de Setembro 1860 em Frankfurt. Foi um filósofo alemão do século XIX. Seu pensamento é caracterizado por não se encaixar em nenhum dos grandes sistemas de sua época.
Sua obra principal é O mundo como vontade e representação (1819), embora o seu livro Parerga e Paralipomena (1851) seja o mais conhecido. Schopenhauer foi o filósofo que introduziu o Budismo e o pensamento indiano na metafísica alemã. Ficou conhecido por seu pessimismo e entendia o Budismo como uma confirmação dessa visão. Schopenhauer também combateu fortemente a filosofia hegeliana e influenciou fortemente o pensamento de Friedrich Nietzsche.
Pensamentos de Arthur Schopenhauer
O pensamento de Schopenhauer parte de uma interpretação de alguns pressupostos da filosofia kantiana, em especial de sua concepção de Fenômeno. Esta noção leva Schopenhauer a postular que o mundo não é mais que Representação. Esta conta com dois pólos inseparáveis: por um lado, o objeto, constituído a partir de espaço e tempo; por outro, a consciência subjetiva acerca do mundo, sem a qual este não existiria.
Contudo, Schopenhauer rompe com Kant, uma vez que este afirma a impossibilidade da consciência alcançar a Coisa-em-si, isto é, a realidade não fenomênica. Segundo Schopenhauer, ao tomar consciência de si, o homem se experiencia como um ser movido por aspirações e paixões.
 Estas constituem a unidade da Vontade, compreendida como o princípio norteador da vida humana. Voltando o olhar para a natureza, o filósofo percebe esta mesma Vontade presente em todos os seres, figurando como fundamento de todo e qualquer movimento. Para Schopenhauer, a Vontade corresponde à Coisa-em-si; ela é o substrato último de toda realidade.
O impulso do desejo, não se da de forma consciente , ele ao contrário, se desdobra desde o inorgânico até o homem, que deseja sua preservação. A consciência humana seria uma mera superfície, tendendo a encobrir, ao conferir causalidade a seus atos e ao próprio mundo, a irracionalidade inerente à vontade. Sendo deste modo compreendida, ela constitui, igualmente, a causa de todo sofrimento, uma vez que lança os entes em uma cadeia perpétua de aspirações sem fim, o que provoca a dor de permanecer algo que jamais consegue completar-se. Segundo tal concepção pessimista, o prazer consiste apenas na supressão momentânea da dor; esta é a única e verdadeira realidade.  
Contudo, há alguns caminhos que possibilitam ao homem escapar da vontade, e assim, da dor que ela acarreta. A primeira via é a da arte. Schopenhauer traça uma hierarquia presente nas manifestações artísticas, na qual cada modalidade artística, ao nos lançar em uma pura contemplação de Idéias, nos apresenta um grau de objetivação da vontade. Partindo da arquitetura como seu grau inferior, ao mostrar a resistência e as forças intrínsecas presentes na matéria, o último patamar desta contemplação reside na experiência musical; a música, por ser independente de toda imagem externa, é capaz de nos apresentar a pura Vontade em seus movimentos próprios; a música é, pois, a própria vontade encarnada. Tal contemplação, trazendo a vontade para diante de nós, consegue nos livrar, momentaneamente, de seus liames.
A arte representa apenas um paliativo para o sofrimento humano. Outra possibilidade de escape é apontada através da moral. A conduta humana deve voltar-se para a superação do egoísmo; este provém da ilusão de individuação, pela qual um indivíduo deseja, constantemente, suplantar os outros. A compreensão da Vontade faz aparecer todos os entes desde seu caráter único, o que leva, necessariamente, a um sentimento de fraternidade e a uma prática de caridade e compaixão.
Entretanto, a suprema felicidade somente pode ser conseguida pela anulação da vontade. Tal anulação é encontrada por Schopenhauer no misticismo hindu, particularmente o Budismo; a experiência do Nirvana constitui a aniquilação desta vontade última, o desejo de viver. Somente neste estado, o homem alcança a única felicidade real e estável.
A filosofia de Schopenhauer influenciou marcadamente vários pensadores, entre os quais destacam-se: Nietzsche, Hartmann, Simmel, Thomas Mann, Bergson, Freud e Augusto dos Anjos.
Talvez nenhum outro filósofo tenha exercido maior influência no mundo das artes do que o alemão Arthur Schopenhauer. O compositor Richard Wagner, por exemplo, disse ter criado uma de suas maiores óperas, "Tristão e Isolda", como reação à leitura de Schopenhauer.


Na literatura, o número de romancistas e contistas que compartilharam das idéias de Schopenhauer é imenso: os russos
Tolstoi, Tcheckov e Turguêniev, os franceses Zola, Maupassant e Proust, os ingleses Hardy, Conrad e Maugham, sem falar no argentino Jorge Luís Borges e no brasileiro Machado de Assis.


Também se encontram no mesmo caso poetas como escritor de língua alemã Rilke e o inglês
T. S. Eliot, além de dramaturgos como o inglês Bernard Shaw, o irlandês Samuel Beckett e o italiano Luigi Pirandello.


Mas a influência de Schopenhauer não para por aí:
Friedrich Nietzsche disse ter se tornado filósofo devido à leitura de Schopenhauer, que também foi o ponto de partida da filosofia de Wittgenstein. Sigmund Freud, o pai da psicanálise, reconheceu que a análise da repressão - um dos pilares da teoria psicanalítica - foi feita pioneiramente por Schopenhauer, que é com freqüência citado por Carl Gustav Jung.

Fonte: Wikipédia

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