domingo, 17 de julho de 2011

Marilena Chaui

Marilena de Souza Chaui (Pindorama (São Paulo), 4 de setembro de 1941) é uma filósofa e historiadora de filosofia brasileira. Professora de Filosofia Política e História da Filosofia Moderna da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (FFLCH-USP).    

É mestre (1967, Merleau-Ponty e a crítica do humanismo), doutora (1971, Introdução à leitura de Espinosa) e livre docente de Filosofia (1977, A nervura do real: Espinosa e a questão da liberdade) pela USP.
É casada com o historiador da Unicamp, Michael Hall.


Obteve o doutorado com uma tese sobre o filósofo Baruch de Espinosa. É reconhecida não só pela produção acadêmica, mas também pela participação efetiva no contexto do pensamento e da política brasileiros. Já foi secretária municipal da Cultura na cidade de São Paulo durante o mandato da ex-prefeita Luiza Erundina (1988-1992).

A obra escrita obteve um sucesso apreciável no meio acadêmico, e algumas delas, de linguagem simples e intenção didática, também despertam interesse de leitores não ligados à academia. "O que é Ideologia" (Ed. Brasiliense, Coleção Primeiros Passos) tornou-se um best-seller e vendeu mais de cem mil exemplares, bastante acima da média de vendas dos livros no Brasil.

Nos anos 80, Marilena Chaui foi acusada por José Guilherme Merquior de plagiar a obra do filósofo francês Claude Lefort.
Continua ligada ao Partido dos Trabalhadores (PT) e considera que a experiência à frente da Secretaria da Cultura do Município de São Paulo foi de extrema importância para tornar o trabalho ainda mais sintonizado com a realidade e os problemas nacionais.

Esse posicionamento político já lhe rendeu comentários cáusticos por parte do colunista Reinaldo Azevedo como se pode ver a seguir:

"Idiota, definitivamente, ela não é. Sabe que uma economia socialista, do tipo planificada, como o mundo a conheceu, não haverá mais. Marilena, a exemplo deste escriba, acredita que a questão central é mesmo a democracia. Mas temos uma diferença fundamental: a dela, e isso está espalhado em vários de seus textos, supõe a superação do que se conhece convencionalmente por democracia — que é a representativa. A minha, obviamente, é de outra natureza e supõe o aperfeiçoamento dos mecanismos de representação, o que, para ela, conduz à manipulação e à alienação.

Marilena acredita na utilidade apenas instrumental do conceito “guerra de posição”, como o empregou o comunista italiano Antônio Gramsci. Movimentos sociais, Parlamento, Judiciário e Executivo surgem como trincheiras a serem ocupadas pelo partido, no interior das quais se estabelece a luta pela hegemonia. Cumpre lembrar que, na teoria, isso se faria até que, claro, tal ocupação pudesse se tornar revolucionária, construindo o socialismo. Ora, o pluripartidarismo, por exemplo, é manifestação óbvia daquela sociedade que Marilena precisa vencer. Não é que ela se alinhe com a tese de que, por burguesa, a democracia deva ser deixada de lado. Ela pretende, na guerra de posição, ocupar os lugares desse modelo de governo para uma nova construção.

Se a democracia era instrumental para Gramsci — fornecia as trincheiras a serem ocupadas —, é Gramsci quem não deixa de ser instrumental para Marilena. Ela não abandonou algumas idéias, não. Teme que a “guerra de posição” acabe se transformando numa acomodação, gerenciada, digamos assim, pela socialdemocracia ou mesmo pelo liberalismo. Por isso mesmo, ela não abandonou aquela palavrinha que o PT ainda não disse nessa campanha — aliás, não fala a respeito desde 2002: “socialismo”. Dona Doida não acredita, e já deixou isso claro muitas vezes, que possa haver democracia de verdade no capitalismo. Por alguma razão, acha que Dilma pode aproximá-la mais de sua utopia.

Perigosa

É com esse tipo de mentalidade perigosa que se está lidando. Aqueles “intelectuais” que se reuniram na USP odeiam mesmo é a democracia. Não por acaso, todos ali têm, sim, críticas duras ao PT, que não lhes parece esquerdista o suficiente – bem, para alguns lá, Kim Jong-Il seria considerado um moleirão.

Vimos, estarrecidos, que Marilena lançou a tese da suposta conspiração de tucanos, que teria o objetivo de inculpar o PT por eventual baderna em sua manifestação, num movimento claro de satanização do outro. Não contente, um capa-preta do partido resolveu recorrer à polícia, registrando um Boletim de Ocorrência de “preservação de direitos”. Leitores me enviam links que deixam claro que a tese já circula há pelo menos uma semana no submundo dos blogs petistas.

A loucura metódica de Marilena — já que o pensamento que vai acima é uma escolha que tem história — chega a culpar os tucanos por males que ainda nem sofreram e a isentar petistas de malfeitos dos quais ainda não foram acusados. São as categorias absolutas: petistas são bons; tucanos são maus; tucanos são culpados mesmo quando inocentes; petistas são inocentes mesmo quando culpados; tucanos devem ser condenados por aquilo que os petistas acham que eles poderiam fazer; petistas devem ser absolvidos por aquilo que já fizeram. Entenderam?" (Por Reinaldo Azevedo).

Títulos:

2004 Título de Doctor Honoris Causa, Universidad Nacional de Córdoba - Argentina.
2003 Título de Doctor Honoris Causa, Universidade de Paris VIII - França.
2000 Prêmio Jabuti para o melhor livro brasileiro de humanidades A nervura do real, Câmara Brasileira do Livro.
2000 Prêmio Multicultural Estadão - pela obra cultural e filosófica e pelo livro 'Nervura do real', O Estado de São Paulo.
1999 Prêmio Sérgio Buarque de Holanda - melhor livro brasileiro de ensaios 'A nervura do real', Biblioteca Nacional.
1995 Ordem do Mérito, Ministério da Educação e Cultura da República Árabe da Síria.
1994 Prêmio Jabuti - para 'Convite a Filosofia', como melhor livro didático, Câmara Brasileira do Livro.
1992 Ordre des Palmes Académiques, Presidência da República da França.

Livros:

Chaui é autora de vários livros, dentre os quais se destacam:
"Repressão Sexual",
"Da Realidade sem Mistérios ao Mistério do Mundo",
"Macaco Azul em Cima da Árvore",
"Brasil: Mito Fundador e Sociedade Autoritária",
"Professoras na Cozinha",
"Introdução à História da Filosofia",
"Experiência do Pensamento",
"Escritos Sobre a Universidade",
"Filosofia: Volume Único",
"Convite à Filosofia",
"O que é Ideologia' 1980'",
"Política em Espinosa”,
"A Nervura do Real'1999'",
"Espinosa: Uma Filosofia de Liberdade",
"Brasil: Mito fundador e sociedade autoritária",
"Cidadania Cultural",
"Simulacro e poder".

Fonte: Wikipédia

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