quarta-feira, 23 de maio de 2012

Montanismo


O Montanismo foi um movimento cristão fundado por Montano por volta de 156-157 (ou 172), que se organizou e difundiu em comunidades na Ásia Menor, em Roma e no Norte de África. Por ter se originado na região da Frígia, Eusébio de Cesaréia relata em sua História Eclesiástica (V.14-16) que ela era chamada de Heresia Frígia na época.

História

Citando Apolinário de Hierápolis, Eusébio afirma que Montano teria nascido na Frígia (Ásia Menor Romana, hoje Turquia), Montano afirmava possuir o dom da profecia, e que havia sido enviado por Jesus Cristo para inaugurar a era do Paráclito. Duas mulheres que o acompanhavam, Priscila (ou Prisca) e Maximila, afirmavam que o Espírito Santo falava através delas. Durante os seus êxtases anunciavam o fim iminente do mundo, conclamando os cristãos a reunirem-se na cidade de Pepusa, na Frígia, onde surgiria a Jerusalém celeste, uma vez que uma nova era cristã se iniciava com esta nova revelação divina.

O seu adepto mais famoso foi Tertuliano (c. 170-212), um dos primeiros doutores da Igreja, autor de inúmeras obras em defesa da Cristandade. Em torno de 210, insatisfeito com o pensamento cristão e suas práticas, uniu-se ao Montanismo, sendo considerado herético, embora não haja evidências concretas de que tenha fundado uma seita própria.

As perseguições à seita aumentaram sensivelmente durante o governo do imperador Constantino I, que contra ela expediu severos decretos imperiais. O movimento perdurou, entretanto, até ao século VIII.

Características

O movimento caracterizou-se como uma volta ao profetismo, pretendendo revalorizar elementos esquecidos da mensagem cristã primitiva, sobretudo a esperança escatológica. Propunha um rigoroso ascetismo, visando à preparação para o momento final, preceituando-se a castidade durante o casamento e proibindo-se as segundas núpcias.

No plano alimentar instituiu-se o jejum durante duas semanas por ano e a xerofagia (consumo de alimentos secos), sem o consumo de carne. Negavam a absolvição aos réus de pecados graves (mesmo após o batismo com confissão e arrependimento). As mulheres eram obrigadas ao uso de véu nas funções sagradas. Recomendava-se aos fiéis que não fugissem às perseguições e que se oferecessem voluntariamente ao martírio.

Os Montanistas viviam separados da igreja ortodoxa, denominando-se como "pneumáticos" (inspirados pelo sopro do espírito), em oposição aos demais cristãos, considerados "psíquicos" ou racionalistas.

Os primeiros sínodos ocuparam-se do Montanismo e vários apologistas o atacaram, uma vez que se temia a violência anti-romana da seita, cuja busca deliberada pelo martírio era percebida como um perigo para a paz entre a cristandade e o Estado. A Igreja, então já suficientemente organizada, reprimia ainda a inspiração profética que terminou se refugiando entre as seitas. 

A resistência que o Montanismo impunha à instituição eclesiástica, tornava-o perturbador à hierarquia, uma vez que o movimento respondia às necessidades e anseios de largas camadas cristãs, desiludidas ante o retardamento da parusia, razão de sua rápida expansão. Considera-se por fim, que as violentas oposições que suscitou no meio cristão romano demonstram que não se tratava apenas de uma simples resistência à heresia, mas sim de um conflito teológico entre a igreja de Roma (Ocidente) e a Asiática (Oriente), da qual o Montanismo surgia como um desenvolvimento natural.

Parusia

Segunda vinda de Cristo, Segundo Advento, com o significado imediato e simples de "presença” (transliterado=parousia do grego) é termo usualmente empregado com a significação religiosa sobre a "volta gloriosa de Jesus Cristo, no final dos tempos, para presidir o Juízo Final", conforme crêem as várias religiões cristãs e muçulmanas, inclusive sincréticas e esotéricas.
As especificidades sobre o tema são definidas individualmente por cada religião ou expressão religiosa, conforme a sua crença, com pontos semelhantes e não tão semelhantes.

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

O Caminho para o Tao


O Tao de que se pode falar não será o Tao eterno.
Se pudermos dar-lhe um nome, não será o Tao eterno.
Aquele que não tem nome é a origem do céu e da terra;
Aquele que tem nome é a mãe de todas as coisas.
Assim, quando estamos sem desejo podemos observar indescritíveis maravilhas;
Quando estamos demasiado ávidos, não vemos mais que vestígios.
Ambos provêm da mesma fonte,
Mas trazem nome diferente.
Ambos são chamados Misteriosos.
O mistério do Misterioso é a porta que dá acesso às maravilhas indescritíveis.

2 – O CONHECIMENTO DIALÉTICO

Se o mundo concorda sobre a beleza, é porque existe a feiura.
Se todos concordam sobre o bem, é porque existe o mal.
O “ser” e o “não ser” nascem um do outro;
O difícil e o fácil são complementares;
O longo e o baixo nascem por comparação;
O alto e o baixo são interdependentes;
O som e o silêncio estão em mútua harmonia;
O anterior e o posterior são correlativos.
É por isso que o Sábio entrega-se ao Não-agir, e ensina silenciosamente.
As coisas inumeráveis são feitas sem a menor palavra.
A Natureza dá nascimento, mas nada possui.
Ela age, mas não exige nenhuma submissão.
Ela tem mérito, mas não o reclama.
O fato de que ela nada pretende a torna indispensável.

3 – O GOVERNO DO SÁBIO

Não exaltar os homens de valor impede as pessoas de rivalizar;
Não ambicionar coisas raras impede as pessoas de roubar;
Não exibir o que possa ser desejável evita profanar o coração das pessoas.
É por isso que o Sábio dirige sua vida esvaziando seu coração, reforçando seu estômago,
Suavizando suas ambições, reforçando seus ossos.
Fazei sempre de modo que as pessoas não tenham conhecimento nem desejo;
Fazei de modo que os intelectuais não ousem interferir.
Que haja não ação e nada ficará fora da ordem.

4 – O VAZIO INESGOTÁVEL

O Tao é um vazio, mas, quando dele se faz uso, não se esgota jamais.
Ele é tão profundo que parece ser a fonte de todas as coisas.
Embota o que é agudo, resolve os problemas;
Torna difuso o brilho que ofusca, unifica o mundo;
Que profundidade! Parece que há aí qualquer coisa.
Não sei de onde ele saiu.
Dir-se-ia que sua existência é anterior à do Ancestral.

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Papo - Furado


" - Iminência...
- Você quer dizer 'eminência'.
- O quê?
- Você disse 'iminência'. O certo é 'eminência'.
- Perdão. Sou um servo, um réptil, um nada. Uma sujeira no seu sapato de cetim. Mas sei o que digo. E eu quis dizer 'iminência'.
- Mas está errado! O tratamento correto é 'eminência'.
- Não duvido da sua eminência, monsenhor, mas o senhor também é iminente. Ou uma eminência iminente.
- Em que sentido?
- No sentido filosófico.
- Você tem dois minutos para explicar, antes que eu o excomungue.
- Somos todos iminentes, monsenhor. Vivemos num eterno devir, sempre às vésperas de alguma coisa, nem que seja o almoço ou a morte. À beira do nosso futuro como um precipício. A iminência é o nosso estado natural. Pois o que somos nós, se não expectativas?
- Você, então, se acha igual a mim?
- Nesse sentido, sim. Somos coiminentes.
- Com uma diferença. Eu estou na iminência de mandar açoitá-lo por insolência, e você está na iminência de apanhar.
- O senhor tem esse direto hierárquico. Faz parte da sua eminência.
- Admita que você queria dizer 'eminência' e disse 'iminência'. E recorreu à filosofia para esconder o erro.
- Só a iminência do açoite me leva a admitir que errei. Se bem que...
- Se bem que?
- Perdão. Sou um verme, uma meleca, menos que nada. Um cisco no seu olho, monsenhor. Mas é tão pequena a diferença entre um 'e' e um 'i' que o protesto de vossa iminência soa como prepotência. Eminência, iminência, que diferença faz uma letra?
- Ah, é? Ah, é? Uma letra pode mudar tudo. Um emigrante não é um imigrante.
- É um emigrante quando sai de um país e um imigrante quando chega em outro, mas é a mesma pessoa.
- Pois então,? Muitas vezes a distância entre um 'e' e um 'i' pode ser um oceano. E garanto que você terá muitos problemas na vida se não souber diferenciar um ônus de ânus.
- Isso são conjunturas.
- Você quer dizer 'conjeturas'.
- Não, conjunturas.
- Não é 'conjeturas' no sentido de especulações, suposições, hipóteses?
- Não. 'Conjunturas' no sentido de situações, momentos históricos.
- Você queria dizer 'conjeturas' mas se enganou. Admita.
- Eu disse exatamente o que queria dizer, monsenhor.
- Você errou.
- Não errei, iminência.
- Eminência! Eminência."


Por: Luis Fernando Veríssimo

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Ameba rara que devora cérebro mata três nos EUA


Duas crianças e um adulto morreram nos últimos dois meses, nos Estados Unidos, infectados por uma ameba rara que devora o cérebro. Courtney Nash, de 16 anos, faleceu semana passada no estado da Virgínia. Ela é a segunda vítima registrada este mês; Christian Strickland, de nove, morreu uma semana após ser infectado na Flórida. O terceiro caso, registrado em Louisiana, foi de um homem jovem cujo nome não foi revelado.

A espécie Naegleria fowleri foi identificada em 1960. Desde então, os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDCs) dos EUA registraram 120 casos no país e apenas algumas centenas no mundo todo.

A contaminação acontece, normalmente, em lugares com água quente e parada, como lagos, ou rios e cachoeiras que formem poças. O calor contribui para criar o ambiente de procriação desta espécie de ameba. 

A porta de entrada da ameba é o nariz. O micro-organismo devora as mucosas, gruda no nervo olfativo e passa a destruir o tecido nervoso durante sua subida até o cérebro, onde continua o estrago.



Apesar das infecções serem extremamente raras, a grande maioria delas é fatal. De fato, o CDC tem registro de apenas um sobrevivente entre todos os casos registrados.



As principais queixas das vítimas são dor de cabeça, febre e rigidez no pescoço. À medida que a ameba avança, as vítimas apresentam danos cerebrais, como alucinações ou mudanças de comportamento. Nenhuma droga conhecida tem efeito comprovado contra o parasita. Em menos de uma semana, o paciente pode entrar em coma e morrer.

Pesquisadores não sabem o porquê, mas crianças e adolescentes têm mais chance de ser infectadas, e os meninos mais que as meninas.

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Decameron

Esta obra é considerada um marco literário na ruptura entre a moral medieval, em que se valorizava o amor espiritual, e o início do realismo, iniciando o registro dos valores terrenos, que veio redundar no humanismo; nele não mais o divino, mas a natureza, dita o móvel da conduta do homem. Foi escrito em dialeto toscano. 

Decameron (vocábulo com origem no grego antigo: deca, "dez", hemeron, "dias", "jornadas") é uma coleção de cem novelas escritas por Giovanni Boccaccio entre 1348 e 1353. 

Com subtítulo de Príncipe Galeotto, o Decamerão marca com certa nitidez o período de transição vivido na Europa com o fim da Idade Média, após o advento da Peste Negra — aliás, é neste período de terror que a narrativa se passa. 

Dez jovens (sete moças e três rapazes) fogem das cidades tomadas pela pandemia que dizimava impiedosamente o continente europeu ao se recolherem a uma casa de campo. Aconselhados por Pampinéia, a mais velha entre as mulheres, estabaleceram que escolheriam um chefe para o grupo para cada dia. Sendo ela a primeira escolhida, definiu: "(...) Para os que vierem depois, o processo de escolha será o seguinte: quando se vier aproximando a hora do surgimento de Vênus, no céu, à tarde, o chefe será, à vez de cada um, escolhido por aquele, ou aquela, que estiver comandando durante o dia.(...)" 

O Decamerão, rompendo com a mítica literatura medieval, é considerado o primeiro livro realista da literatura. 

As circunstâncias descritas em Decamerão têm o senso medieval de numerologia e significados místicos. Por exemplo, é amplamente acreditado que as sete moças representam as Quatro Virtudes Cardinais (Prudência, Justiça, Fortaleza, Temperança) e as Três Virtudes Teologais (Fé, Esperança e Caridade). E mais além é suposto que os três homens representam a Divisão da Alma em Três Partes (Razão, Ira e Luxúria) da tradição helênica. 

As moças tinham idade entre 18 e 28 anos, eram bonitas e de origem nobre, e seu comportamento honesto. Agrupadas por acaso na igreja de Santa Maria Novela, resolvem continuar juntas e logo surgem três moços, com idade a partir dos 25 anos, agradáveis e bem educados, que procuravam suas amadas, que eram 3 das moças ali reunidas. 

A Peste

A narrativa oferecida por Boccaccio sobre o flagelo da peste negra que dizimara a Europa constitui um verdadeiro documento acerca desta praga que devastara o continente. Seu relato ilustra a doença (suas manifestações, evolução, sintomas, etc), bem como a reação das pessoas diante da perspectiva de uma morte horrenda, a ineficácia da religião católica dominante até aquele momento e de uma medicina quase ou totalmente ineficaz... 

Um exemplo de sua descrição da peste dá-se logo no início da obra, pois ela (a peste) é a verdadeira razão de todo o livro: 

 “...tínhamos já atingido o ano ... de 1348, quando, na mui importante cidade de Florença... sobreveio a mortífera pestilência... nenhuma prevenção valeu, baldadas todas as providências dos homens... Nem conselho de médico, nem virtude de mezinha alguma parecia trazer a cura ou proveito para o tratamento. A peste, em Florença, não teve o mesmo comportamento que no Oriente. Neste, quando o sangue saía pelo nariz, fosse de quem fosse, era sinal evidente de morte inevitável... apareciam no começo, tanto em homens como em mulheres, ou na virilha ou na axila, algumas inchações... a que chamava o povo de bubões... - passava a repontar e a surgir por toda a parte. Em seguida, o aspecto da doença começou a alterar-se; apareciam manchas escuras ou pálidas nos doentes. Nuns, eram grandes e espalhadas; noutros, pequenas e abundantes."  

Estimando as vítimas em Florença e arredores em cem mil mortos, o autor revela também dois tipos principais de conduta: um, da luxúria desenfreada (as pessoas que passavam a beber e entregar-se aos prazeres); outro, onde pessoas se recolhiam, fechadas em grupos, orando e praticando o ascetismo — além de tantos que agiam entre estes dois tipos, adotando condutas intermediárias. Numerosas levas de gente saíam das cidades, vagando pelos campos, reunindo-se nas igrejas. Foi numa delas que se encontrou o inusitado grupo que serve como narrador do Decamerão. 

Autores influenciados pela obra 

A forma inovadora e realista na qual os contos foram escritos por Boccaccio fez com que o Decamerão se tornasse uma fonte de referência para muitos escritores vindouros.

 O primeiro conto (que fala do falso São Ciappelletto) foi depois vertido para o latim por Olímpia Fulvia Morata, e depois por Voltaire. Molière usou esta segunda tradução para criar a personagem título do seu Tartufo. 

Martinho Lutero revisa o segundo conto, no qual um judeu se converte ao catolicismo após visitar Roma e ver a corrupção da hierarquia católica. Mas na sua versão ele e Philipp Melanchthon tentam converter o judeu em visita a Roma. 

A parábola dos anéis (terceiro conto) está presente na obra de Gotthold Ephraim Lessing, em seu livro Nathan der Weise — um apelo à tolerância religiosa. Numa carta a seu irmão, datada de 11 de agosto de 1778 ele diz claramente ter conseguido sua história no Decamerão. Jonathan Swift também utilizou esta mesma história para “A Tale of a Tub”, seu primeiro trabalho publicado, uma bem humorada sátira religiosa. 

Shakespeare fez uma tradução para o inglês do conto Frederico de Jennen, cujo enredo foi baseado no nono conto da segunda jornada. E O Mercador de Veneza teve clara influência do nono conto da terceira jornada. 

Antonio Vivaldi escreveu a sua ópera Griselda sobre o argumento da décima novela da décima jornada. 

Molière e Félix Lope de Vega usaram o terceiro conto da terceira jornada como bases para suas respectivas peças teatrais: L'ecole de maris e Discreta enamorada. 

 Percy Bysshe Shelley, Alfred Tennyson, e muitos outros beberam na fonte do Decamerão em muitas de suas obras — uma influência que perpassa através dos séculos e das escolas literárias. 

Fontes do Decamerão 

Não apenas Boccaccio influenciou os pósteros, foi ele próprio influenciado por outros autores, não apenas italianos, franceses e latinos — alguns de seus contos parecem ter sua origem remota em lugares como a Espanha, Pérsia, Índia, etc. 

Como exemplo, temos o quinto conto da segunda jornada, que fala de Andreuccio, remonta aos contos efésios, de Xenofonte de Éfeso. Até mesmo a sua descrição da Peste Negra não é original: baseia-se na História gentis Langobardorum, de Paulo, o Diácono, que viveu no oitavo século. 

Alguns estudiosos sugerem, além disso, que muitos dos contos, para os quais não há uma referência anterior, basearam-se em versões que circulavam na tradição oral local, e que Boccaccio teria sido apenas o primeiro a registrá-los. O próprio autor diz ter ouvido alguns daqueles contos: é o caso do primeiro conto da sétima jornada que disse ter ouvido, quando criança, ser contado por uma velha mulher. 

Este caráter de falta de originalidade na criação das histórias não implica dizer que Boccaccio os tenha reproduzido mecanicamente. Ele os recontou, trazendo-os para a linguagem atual do seu tempo; noutros casos reuniu duas histórias sem conexão entre si, formando uma terceira toda própria (como no segundo conto da segunda jornada, e no sétimo conto da sétima). 

Além disso, muitos dos personagens realmente existiram como Giotto di Bondone, Guido Cavalcanti, Saladino e o Rei Guilherme II, da Sicília. Estudiosos conseguiram averiguar mesmo a existência de personagens menos conhecidos, como os famosos malandros Bruno e Buffalmacco, e a sua vítima, Calandrino. Outros personagens fictícios foram baseados em pessoas reais, como a Senhora Fiordaliso (conto 5 da 2ª jornada), que baseia-se numa Senhora Flora, que viveu em Nápoles. Mas não se pode deduzir que, tendo existido a pessoa, seja verdadeiro o fato narrado no Decamerão. Boccaccio intencionalmente muitas vezes confunde a História (caso do conto 3, 2ª jornada) e a Geografia (conto 2, 5ª jornada). 

Os contos do Decamerão ultrapassam seus antecedentes, em complexidade, qualidade e capacidade narrativa. Embora muito poucos deles sejam longas narrativas, têm como características diálogos verossímeis, que prendem a atenção do leitor, de forma que suas ações e conclusão sejam perfeitamente lógicas em seu contexto.

Boccaccio também tornava as histórias que eram já conhecidas mais complexas e inteligentes. Um claro exemplo disso é o sexto conto da nona jornada, baseada num conto do francês Jean de Boves, em que desce a detalhes ao narrar às mudanças de camas ocorridas durante a noite, bem como a passagem da esposa do anfitrião por todas elas — que são elementos criados por Boccaccio, tornando a história mais humorística e complexa.

 Fonte: Wikipédia