quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Ameba rara que devora cérebro mata três nos EUA


Duas crianças e um adulto morreram nos últimos dois meses, nos Estados Unidos, infectados por uma ameba rara que devora o cérebro. Courtney Nash, de 16 anos, faleceu semana passada no estado da Virgínia. Ela é a segunda vítima registrada este mês; Christian Strickland, de nove, morreu uma semana após ser infectado na Flórida. O terceiro caso, registrado em Louisiana, foi de um homem jovem cujo nome não foi revelado.

A espécie Naegleria fowleri foi identificada em 1960. Desde então, os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDCs) dos EUA registraram 120 casos no país e apenas algumas centenas no mundo todo.

A contaminação acontece, normalmente, em lugares com água quente e parada, como lagos, ou rios e cachoeiras que formem poças. O calor contribui para criar o ambiente de procriação desta espécie de ameba. 

A porta de entrada da ameba é o nariz. O micro-organismo devora as mucosas, gruda no nervo olfativo e passa a destruir o tecido nervoso durante sua subida até o cérebro, onde continua o estrago.



Apesar das infecções serem extremamente raras, a grande maioria delas é fatal. De fato, o CDC tem registro de apenas um sobrevivente entre todos os casos registrados.



As principais queixas das vítimas são dor de cabeça, febre e rigidez no pescoço. À medida que a ameba avança, as vítimas apresentam danos cerebrais, como alucinações ou mudanças de comportamento. Nenhuma droga conhecida tem efeito comprovado contra o parasita. Em menos de uma semana, o paciente pode entrar em coma e morrer.

Pesquisadores não sabem o porquê, mas crianças e adolescentes têm mais chance de ser infectadas, e os meninos mais que as meninas.

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Decameron

Esta obra é considerada um marco literário na ruptura entre a moral medieval, em que se valorizava o amor espiritual, e o início do realismo, iniciando o registro dos valores terrenos, que veio redundar no humanismo; nele não mais o divino, mas a natureza, dita o móvel da conduta do homem. Foi escrito em dialeto toscano. 

Decameron (vocábulo com origem no grego antigo: deca, "dez", hemeron, "dias", "jornadas") é uma coleção de cem novelas escritas por Giovanni Boccaccio entre 1348 e 1353. 

Com subtítulo de Príncipe Galeotto, o Decamerão marca com certa nitidez o período de transição vivido na Europa com o fim da Idade Média, após o advento da Peste Negra — aliás, é neste período de terror que a narrativa se passa. 

Dez jovens (sete moças e três rapazes) fogem das cidades tomadas pela pandemia que dizimava impiedosamente o continente europeu ao se recolherem a uma casa de campo. Aconselhados por Pampinéia, a mais velha entre as mulheres, estabaleceram que escolheriam um chefe para o grupo para cada dia. Sendo ela a primeira escolhida, definiu: "(...) Para os que vierem depois, o processo de escolha será o seguinte: quando se vier aproximando a hora do surgimento de Vênus, no céu, à tarde, o chefe será, à vez de cada um, escolhido por aquele, ou aquela, que estiver comandando durante o dia.(...)" 

O Decamerão, rompendo com a mítica literatura medieval, é considerado o primeiro livro realista da literatura. 

As circunstâncias descritas em Decamerão têm o senso medieval de numerologia e significados místicos. Por exemplo, é amplamente acreditado que as sete moças representam as Quatro Virtudes Cardinais (Prudência, Justiça, Fortaleza, Temperança) e as Três Virtudes Teologais (Fé, Esperança e Caridade). E mais além é suposto que os três homens representam a Divisão da Alma em Três Partes (Razão, Ira e Luxúria) da tradição helênica. 

As moças tinham idade entre 18 e 28 anos, eram bonitas e de origem nobre, e seu comportamento honesto. Agrupadas por acaso na igreja de Santa Maria Novela, resolvem continuar juntas e logo surgem três moços, com idade a partir dos 25 anos, agradáveis e bem educados, que procuravam suas amadas, que eram 3 das moças ali reunidas. 

A Peste

A narrativa oferecida por Boccaccio sobre o flagelo da peste negra que dizimara a Europa constitui um verdadeiro documento acerca desta praga que devastara o continente. Seu relato ilustra a doença (suas manifestações, evolução, sintomas, etc), bem como a reação das pessoas diante da perspectiva de uma morte horrenda, a ineficácia da religião católica dominante até aquele momento e de uma medicina quase ou totalmente ineficaz... 

Um exemplo de sua descrição da peste dá-se logo no início da obra, pois ela (a peste) é a verdadeira razão de todo o livro: 

 “...tínhamos já atingido o ano ... de 1348, quando, na mui importante cidade de Florença... sobreveio a mortífera pestilência... nenhuma prevenção valeu, baldadas todas as providências dos homens... Nem conselho de médico, nem virtude de mezinha alguma parecia trazer a cura ou proveito para o tratamento. A peste, em Florença, não teve o mesmo comportamento que no Oriente. Neste, quando o sangue saía pelo nariz, fosse de quem fosse, era sinal evidente de morte inevitável... apareciam no começo, tanto em homens como em mulheres, ou na virilha ou na axila, algumas inchações... a que chamava o povo de bubões... - passava a repontar e a surgir por toda a parte. Em seguida, o aspecto da doença começou a alterar-se; apareciam manchas escuras ou pálidas nos doentes. Nuns, eram grandes e espalhadas; noutros, pequenas e abundantes."  

Estimando as vítimas em Florença e arredores em cem mil mortos, o autor revela também dois tipos principais de conduta: um, da luxúria desenfreada (as pessoas que passavam a beber e entregar-se aos prazeres); outro, onde pessoas se recolhiam, fechadas em grupos, orando e praticando o ascetismo — além de tantos que agiam entre estes dois tipos, adotando condutas intermediárias. Numerosas levas de gente saíam das cidades, vagando pelos campos, reunindo-se nas igrejas. Foi numa delas que se encontrou o inusitado grupo que serve como narrador do Decamerão. 

Autores influenciados pela obra 

A forma inovadora e realista na qual os contos foram escritos por Boccaccio fez com que o Decamerão se tornasse uma fonte de referência para muitos escritores vindouros.

 O primeiro conto (que fala do falso São Ciappelletto) foi depois vertido para o latim por Olímpia Fulvia Morata, e depois por Voltaire. Molière usou esta segunda tradução para criar a personagem título do seu Tartufo. 

Martinho Lutero revisa o segundo conto, no qual um judeu se converte ao catolicismo após visitar Roma e ver a corrupção da hierarquia católica. Mas na sua versão ele e Philipp Melanchthon tentam converter o judeu em visita a Roma. 

A parábola dos anéis (terceiro conto) está presente na obra de Gotthold Ephraim Lessing, em seu livro Nathan der Weise — um apelo à tolerância religiosa. Numa carta a seu irmão, datada de 11 de agosto de 1778 ele diz claramente ter conseguido sua história no Decamerão. Jonathan Swift também utilizou esta mesma história para “A Tale of a Tub”, seu primeiro trabalho publicado, uma bem humorada sátira religiosa. 

Shakespeare fez uma tradução para o inglês do conto Frederico de Jennen, cujo enredo foi baseado no nono conto da segunda jornada. E O Mercador de Veneza teve clara influência do nono conto da terceira jornada. 

Antonio Vivaldi escreveu a sua ópera Griselda sobre o argumento da décima novela da décima jornada. 

Molière e Félix Lope de Vega usaram o terceiro conto da terceira jornada como bases para suas respectivas peças teatrais: L'ecole de maris e Discreta enamorada. 

 Percy Bysshe Shelley, Alfred Tennyson, e muitos outros beberam na fonte do Decamerão em muitas de suas obras — uma influência que perpassa através dos séculos e das escolas literárias. 

Fontes do Decamerão 

Não apenas Boccaccio influenciou os pósteros, foi ele próprio influenciado por outros autores, não apenas italianos, franceses e latinos — alguns de seus contos parecem ter sua origem remota em lugares como a Espanha, Pérsia, Índia, etc. 

Como exemplo, temos o quinto conto da segunda jornada, que fala de Andreuccio, remonta aos contos efésios, de Xenofonte de Éfeso. Até mesmo a sua descrição da Peste Negra não é original: baseia-se na História gentis Langobardorum, de Paulo, o Diácono, que viveu no oitavo século. 

Alguns estudiosos sugerem, além disso, que muitos dos contos, para os quais não há uma referência anterior, basearam-se em versões que circulavam na tradição oral local, e que Boccaccio teria sido apenas o primeiro a registrá-los. O próprio autor diz ter ouvido alguns daqueles contos: é o caso do primeiro conto da sétima jornada que disse ter ouvido, quando criança, ser contado por uma velha mulher. 

Este caráter de falta de originalidade na criação das histórias não implica dizer que Boccaccio os tenha reproduzido mecanicamente. Ele os recontou, trazendo-os para a linguagem atual do seu tempo; noutros casos reuniu duas histórias sem conexão entre si, formando uma terceira toda própria (como no segundo conto da segunda jornada, e no sétimo conto da sétima). 

Além disso, muitos dos personagens realmente existiram como Giotto di Bondone, Guido Cavalcanti, Saladino e o Rei Guilherme II, da Sicília. Estudiosos conseguiram averiguar mesmo a existência de personagens menos conhecidos, como os famosos malandros Bruno e Buffalmacco, e a sua vítima, Calandrino. Outros personagens fictícios foram baseados em pessoas reais, como a Senhora Fiordaliso (conto 5 da 2ª jornada), que baseia-se numa Senhora Flora, que viveu em Nápoles. Mas não se pode deduzir que, tendo existido a pessoa, seja verdadeiro o fato narrado no Decamerão. Boccaccio intencionalmente muitas vezes confunde a História (caso do conto 3, 2ª jornada) e a Geografia (conto 2, 5ª jornada). 

Os contos do Decamerão ultrapassam seus antecedentes, em complexidade, qualidade e capacidade narrativa. Embora muito poucos deles sejam longas narrativas, têm como características diálogos verossímeis, que prendem a atenção do leitor, de forma que suas ações e conclusão sejam perfeitamente lógicas em seu contexto.

Boccaccio também tornava as histórias que eram já conhecidas mais complexas e inteligentes. Um claro exemplo disso é o sexto conto da nona jornada, baseada num conto do francês Jean de Boves, em que desce a detalhes ao narrar às mudanças de camas ocorridas durante a noite, bem como a passagem da esposa do anfitrião por todas elas — que são elementos criados por Boccaccio, tornando a história mais humorística e complexa.

 Fonte: Wikipédia

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Felicidade

Só a leve esperança em toda a vida

Disfarça a pena de viver, mais nada;

Nem é mais a existência, resumida,

Que uma grande esperança malograda.



O eterno sonho da alma desterrada,

Sonho que a traz ansiosa e embevecida,

É uma hora feliz, sempre adiada

E que não chega nunca em toda a vida.



Essa felicidade que supomos,

Árvore milagrosa que sonhamos

Toda arreada de dourados pomos,



Existe, sim: mas nós não a alcançamos

Porque está sempre apenas onde a pomos

E nunca a pomos onde nós estamos.



Do livro Poemas e canções
De Vicente de Carvalho

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

INSS reconhece que há erros na lista da correção pelo teto

Previdência estuda como incluir aposentados com direito que ficaram de fora da revisão
Rio - O INSS reconheceu ontem que pode haver erros na listagem dos aposentados e pensionistas com direito à correção pelo teto. A lista que está no site da Previdência informa quem receberá o reajuste que varia até 39,35%. Mas há casos de segurados com direito que acessaram a página ou ligaram para a Central 135 e foram informados de que não estão incluídos entre os 117 mil beneficiários com o aumento que será pago na folha de agosto.

O INSS informou que vai estudar como incluir esses segurados. A orientação do instituto é a de que os aposentados aguardem o pagamento para confirmar a falha.

A Confederação dos Aposentados (Cobap) junto com o Sindicato Nacional, da Força Sindical, vão cobrar do ministro da Previdência, Garibaldi Alves Filho, e do presidente do INSS, Mauro Hauschild, a inclusão dos segurados com direito que ficaram de fora da relação. O pedido será feito na reunião marcada para a próxima terça-feira, em Brasília.

“A Cobap e o sindicato vão organizar lista com o nome de segurados que ficaram fora do pagamento administrativo, bem como aqueles com doenças crônicas e que devem ter prioridade nos atrasados. Vamos levar essas questões para a reunião”, antecipou Warley Martins, presidente da Cobap.

Pedido para antecipar 13º em julho

A Cobap também levará para a mesa de discussões com o ministro Garibaldi Alves Filho a definição de um calendário fixo de pagamentos da primeira parcela do 13º salário, para ser seguido até 2015, quando termina o mandato de Dilma Rousseff. A ideia é antecipar o depósito para o mês de julho.

Este ano, os beneficiários do INSS receberão a primeira parcela do 13º salário a partir de agosto. Os pagamentos serão efetuados de acordo com o número final do cartão do benefício até o dia 8 de setembro.

Para saber a data correta do pagamento o segurado deve acessar www.previdencia.gov.br, no link ‘Agência Eletrônica: Segurado’.

AÇÃO DO TETO

QUEM TEM DIREITO
Têm direito à revisão do teto apenas pessoas com benefício concedido entre 5 de abril de 1991 e 31 de dezembro de 2003, que contribuíam com o valor máximo previdenciário à época, e que tiveram o ganho limitado ao teto na data da concessão do benefício. 
Consulte aqui 

CARTA DE CONCESSÃO
Segurados devem verificar se na carta de concessão do benefício vem a inscrição ‘Limitado ao Teto’. O aposentado deve observar também se o ganho superava o valor de R$ 1.081,50 (no ano de 1998) ou de R$ 1.869,34 (em 2004).

FORA DO PAGAMENTO
Não terão direito à correção administrativa os benefícios com data de início anterior a 5 de abril de 1991 e posterior a 31 de dezembro de 2003; os aposentados que não tiveram o ganho limitado ao teto previdenciário na data da concessão; os precedidos de benefícios (como auxílio doença) com data de início anterior a 5 de abril de 1991; os de valor equivalente a um salário-mínimo; os benefícios assistenciais (Prestação Continuada) e os concedidos a trabalhadores rurais.

SÓ NA JUSTIÇA
Estão de fora e devem recorrer à Justiça aposentados pela proporcional ou com benefício obtido entre 88 e 91.
Fonte: O Dia